Matocompetição nas culturas de inverno: prepare-se contra as principais plantas daninhas

O controle de plantas daninhas para evitar infestações nas culturas de inverno é uma tarefa fundamental e exige atenção e conhecimento do produtor rural a cada novo ciclo. Uma das espécies que ataca as lavouras de trigo e que deve ser preocupante nesta safra em razão da chegada precoce do fenômeno La Niña é o azevém, que pode reduzir em 50% a produtividade do cereal.

Mas afinal, o que é planta daninha? É qualquer vegetal que cresce de forma indesejada em determinada área. Quando as plantas daninhas competem com a cultura comercial por água, luz, nutrientes e solo ocorre a matocompetição. Portanto, o manejo correto dessas plantas com o uso de herbicidas pode reduzir a interferência, especialmente no início do ciclo da cultura, período que é responsável pelas maiores perdas.

Algumas plantas daninhas podem se desenvolver na semeadura de inverno após a colheita das culturas de verão. Nesse caso, o manejo outonal é uma prática importante e sua principal estratégia é o uso de herbicidas pós-emergentes, que também funciona como medida complementar aos pré-emergentes. 

Independente do manejo, o uso dos herbicidas deve atender às recomendações para a cultura e para a planta daninha, observando o estágio, época de aplicação, dose e se a planta possui resistência a algum tipo de produto. Segundo o site weedscience.org, o Brasil possui 54 plantas daninhas com resistência registrada.

Além de plantas daninhas resistentes aos herbicidas, existem as ervas de difícil controle, como a buva e o azevém, que caso não sejam controladas corretamente, podem infestar nas plantações causando sérias consequências à produção. E é aí que entra o manejo com o uso de herbicidas. 

Conheça as principais plantas daninhas das culturas de inverno:

Buva – A primeira e uma das mais importantes é a buva (Conzya), uma espécie anual, nativa das Américas e que pode produzir mais de 200 mil sementes por planta em um ciclo. É dispersa pelo vento e atualmente ocupa boa parte do território brasileiro. 

A buva tem dois fluxos preferenciais de germinação, sendo o primeiro no mês de maio e o segundo no mês de outubro. O manejo de buva deve ser realizado continuamente, com a eliminação de plantas que crescem nas margens de estradas. 

Azevém – O azevém (Lolium multiflorum) é muito utilizado como planta forrageira no Rio Grande do Sul, principalmente na época do frio, onde as pastagens nativas param de crescer. O problema é que ele também é uma das principais invasoras do trigo. Por ser de fácil dispersão, está presente em todas as lavouras de inverno da região Sul.

Amendoim-bravo – O amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla), também conhecido como leiteiro ou café-do-diabo, é uma das plantas de maior dificuldade de controle, principalmente na cultura da soja. 

Segundo a Embrapa, é uma das mais importantes espécies infestantes de lavouras. Por se desenvolver e reproduzir rapidamente, apresenta elevado grau de competitividade em relação à cultura anual, por nutrientes e água. 

Capim Amargoso – Assim como a buva, o capim amargoso (Digitaria insularis) é uma planta daninha que tira o sono de muito produtor. Com um ciclo que pode durar até dois anos, o capim amargoso se adaptou em todo o território brasileiro e pode produzir até 100 mil sementes por inflorescência, que são facilmente disseminadas ao vento, além de germinarem no escuro ou na luz. 

Uma ação específica e única não controla as plantas daninhas, porém o manejo integrado, com diversos métodos é capaz de diminuir a sua ação. Entre elas estão:

– Cobertura de solo: não deixar o solo sem nada, áreas em pousio são garantia para entrada de novas daninhas. 

– Utilizar tecnologias pré-emergentes: atualmente no mercado existem soluções que podem minimizar e utilizar os pré-emergentes é uma delas, já que esses herbicidas diminuem o banco de sementes no solo. 

Caruru – O caruru (Amaranthus), é uma erva daninha agressiva que foi detectada no Brasil em 2015, em regiões produtivas de algodão, no Mato Grosso. 

O controle é recomendado nas fases iniciais de crescimento da planta daninha para evitar a matocompetição precoce, mas também pode ser feito ao longo do ciclo da cultura para que não ocorra produção de sementes.

Nabo – O nabo ou nabiça (Raphanus raphanistrum) é uma planta daninha de ciclo anual, que possui altura média entre 60 e 100 centímetros e alta capacidade germinativa. O nabo ocorre em maior intensidade no inverno e cada planta produz em média de 100 a 300 sementes, consideradas tóxicas. 

Capim pé-de-galinha – Eleusine indica, conhecida no Brasil como capim pé-de-galinha é uma espécie que apresenta ciclo anual e é uma das 5 gramíneas mais problemáticas do mundo. Uma das principais características e que acaba se tornando um grande problema é o fato de ela produzir muita semente. São uma média de 120 mil sementes por planta, que acabam sendo disseminadas no vento. 

Outro grande problema do capim pé-de-galinha está no fato de ele ser hospedeiro de agentes patogênicos que atacam cultivares de importância econômica, como o vírus do mosaico, na cultura do milho. Seu ciclo de vida pode durar de 120 a 180 dias, dependendo da região. 

Além de diminuir custos, otimizar trabalho, tempo e energia, os herbicidas devem ser aplicados no momento certo, na dose indicada e com segurança. Assim, tão importante quanto o planejamento e pensar na totalidade do ciclo da cultura, está a necessidade de conhecer esses produtos para o uso adequado e racional do controle químico. 

A Agrofel oferece um portfólio selecionado de produtos dos melhores fornecedores do mercado mundial, com opções de defensivos químicos e biológicos. Além disso, dispõe de um time capacitado a orientar o agricultor com a melhor consultoria e assistência técnica.