Guia prático para manejo de altas produtividades do arroz

Dicas de boas práticas agrícolas para a alta produtividade da cultura

De acordo com a Emater do Rio Grande do Sul, o plantio do arroz no Estado avança, e são esperados que a cultura chegue a 943.893 hectares, produzindo 7,5 milhões de toneladas. Alimento de grande valor nutricional e muito utilizado no mundo todo, o Rio Grande do Sul é um dos principais Estados produtores do cereal.

Na última safra, que corresponde à 2019/20, o Brasil semeou 1.665 hectares de arroz, com produtividade média de 6.713 kg/ha, gerando uma produção nacional de 11,1 milhões de toneladas. Já o Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção Nacional, na safra 2020/21, teve a maior produtividade da história, 9.010 kg/ha, segundo levantamentos do IRGA – Instituto Riograndense do Arroz, foram semeados 946 mil hectares de arroz irrigado.

Estamos no início da época de semeadura, e de acordo com o IRGA, é recomendado que a semeadura seja realizada dentro da melhor época, de acordo com o ciclo de cultivares e da região de cultivo. Ainda de acordo com a instituição a época certa de semeadura no Rio Grande do Sul pode variar de 21 de setembro a 30 de novembro, conforme o ciclo da cultivar e região de cultivo.

No Estado o sistema de produção predominante é o irrigado, quase 100%, já que a produtividade no sistema é três vezes maior do que no sequeiro, porém o custo de implementação é maior. A área precisa oferecer água em abundância. No Brasil, o arroz é cultivado em 2 diferentes sistemas: sequeiro e irrigado, este último utiliza a sistema de semeadura direto, convencional e cultivo mínimo, que representa o maior % da área , além do pré-germinado e ou transplante de mudas.

Para isso preparamos algumas dicas de boas práticas agrícolas para a alta produtividade da cultura:

1) Época de semeadura e escolha da cultivar

É a principal responsável pelos resultados positivos no arroz irrigado no Estado. Primeira questão que deve ser levada em conta é quando o produtor vai semear, inclusive foi uma das grandes mudanças no perfil do orizicultor gaúcho para que ele tenha atualmente uma grande qualidade nutricional, além de altas produtividades do cereal.  Fazer a correção do pH e ajustar a adubação é primordial. Segundo o IRGA, escolher a época de semeadura determina quais serão as condições climáticas que aquela variedade será exposta no desenvolvimento da planta.  Não podendo deixar de lado as boas práticas de manejo.

Outra questão muito importante, e tão determinante quanto a época, é a escolha da cultivar, as duas andam juntas. Segundo o IRGA o potencial genético da cultivar representa 50% do rendimento final da lavoura, e lista abaixo quais aspectos devem ser levados em conta:

– Adaptação regional, principalmente no que se refere às condições climáticas;

– Potencial produtivo;
 
– Ciclo da cultivar;

– Características intrínsecas das propriedades rurais: sistema de cultivo predominante, topografia do terreno, tipo e fertilidade do solo além de disponibilidade de água para a irrigação;

– Demandas de mercado por tipos de grãos (longo-fino, japônico, aromático etc.);

– Incidência de pragas, plantas daninhas, insetos e doenças;

– Uso de cultivares de ciclo precoce e superprecoce para disponibilização de água.

2) Controle de plantas daninhas

Além da cultivar, outro grande fator para altas produtividades em arroz é o controle das plantas daninhas. Uma das principais plantas que competem com o arroz são o capim arroz e o arroz vermelho, além de algumas plantas aquáticas e folhas largas. Escolher a semente que possua tecnologia de resistência e sementes de procedência, livre de mistura varietal e contaminação é primordial. O controle, e manejo, na entressafra é primordial para o controle das plantas daninhas durante a safra do arroz. Realizar a rotação de culturas é necessário, além de cuidar a qualidade da água, quanto mais limpa a água, menos aparecerá plantas invasoras aquáticas.

3) Irrigação eficiente e precoce

O manejo da água é de fundamental importância para o sucesso na produção de arroz irrigado por inundação. A água, além de influir no aspecto físico das plantas, interfere na disponibilidade dos nutrientes, na população e espécies de plantas daninhas presentes e na incidência de algumas pragas e doenças.

A água na cultura do arroz tem um papel superimportante de controlar plantas daninhas. No Estado temos algumas áreas centenárias, e que muitas vezes a rotação de cultura não foi feita, ou seja, foi arroz sob o arroz, e fez com que se tivesse muitas pragas e plantas daninhas. A recente rotação de cultura através do uso de soja, ou ainda pastagens ajuda no controle, mas a água tem um papel primordial neste cenário.

Nas áreas de arroz irrigado realizar um bom nivelamento do solo será um grande diferencial, o plantio do arroz está diretamente ligado à manutenção da produtividade.

4) Rotação de cultura 

A rotação da dupla, arroz e soja, é um caminho sem volta, e está consolidado nas lavouras do Estado. Segundo dados do Irga*, há 10 anos atrás existia um objetivo de ter cerca de 500 mil hectares utilizando a soja como rotação de arroz, e na safra passada chegou a 370mil hectares utilizando o manejo, com estimativa de chegar a 400 mil hectares nesta safra.

Além do controle de plantas daninhas, utilizar a soja como rotação facilita o plantio do arroz, pois as áreas já estão prontas para receber o cereal. Ambas as culturas se beneficiam com a rotação, pois melhoram a produtividade, controle de doenças, manejo de fungos e ainda diminui as doenças nas culturas.

Lavouras comerciais podem produzir um mil kg a mais por hectare utilizando a rotação de culturas, utilizando o controle de plantas daninhas pode-se ter um ganho a mais de 800 a 900kg por hectares, e ainda aqueles produtores que no inverno utilizam a produção de pastagem para a pecuária, pode ter um acréscimo de 600kg. Somando pode se chegar a ter mais de 2.400kg a mais por hectare com adoção do manejo de rotação de culturas.

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*Agradecimento especial ao consultor e engenheiro agrônomo do IRGA, Rodrigo Schoenfeld.